A Criança na escola x mochila e Esportes - entrevista
Sabemos que milhares de pessoas de nossa população vivem em apartamentos (apertamentos), em áreas limitadas. A ociosidade é grande característica das cidades de médio e grande porte. Conseqüentemente, nossos filhos desenvolvem uma má adaptação física e postural e uma perda no desenvolvimento motor, esquelético, muscular, etc. Mas, quando chegam às escolas, infelizmente muitos procuram desenvolver jogos de handebol, voleibol, futebol, basquete, quando a maioria nem correr sabe e ainda possui uma baixa coordenação motora.Crianças que correm, saltam e jogam em excesso podem desenvolver problemas nas articulações dos quadris (necrose), falta de irrigação sanguínea, com perda do crescimento normal e tantas outras lesões como cartilagens dos joelhos e calcanhares, alergias, distúrbios de volume cardíaco... Nas escolas há necessidade de maior investimento na educação física e fisioterapia. Crianças precisam de desenvolvimento cardio pulmonar leve e adequado, desenvolvimento neuro-muscular que obedeça as fases de crescimento. Os perigos existem principalmente porque elas sempre sob o risco de doenças características da idade, que, sob stress competitivo, lesam o praticante. Não é preciso ensinar a nadar antes dos dois anos de idade, porque a criança não controla seus mecanismos posturais locomotores e também tem dificuldades no controle de suas necessidades fisiológicas básicas. Elas podem brincar na água com os pais, tios, professores mas, não devem ser ‘campeões’ pois ainda é inadequado, estressante e perigoso! Nas escolas precisaríamos desenvolver o espírito da solidariedade de educação, disciplina dentro das aulas de educação física; com o passar do tempo é preciso programar uma adequação na iniciação esportiva de uma criança, respeitando sua individualidade biológica. Todo cuidado para melhorar a qualidade de vida de nossas crianças é importante como adaptar o tamanho das bolas. Para crianças até 10 anos, só de latéx, macia e flexível. Nada de bolas oficiais como as de futebol e basquete Elas criam lesões articulares, tendíneas e musculares. O importante é desenvolver na prática física, a atenção, concentração, coordenação, habilidade e a humildade para o aprendizado! Corridas para crianças de 6 a 12 anos são perigosas, pois podem interferir não só na postura mas, também podem ocasionar um stress no ventrículo esquerdo com conseqüências desagradáveis. Crianças devem ser tratadas como tal.Crianças de ‘rua’ já comprovaram que, automaticamente, quando brincam em grupos, desenvolvem seu programa aeróbico periodizado, parando, diminuindo atividades quando cansadas ou em débito de oxigênio, logo voltando ao equilíbrio (steady state).O adulto faz ginástica aeróbica com 90% da anaeróbia (em steady state) com grande débito de oxigênio e stress no ventrículo esquerdo.Os excessos com preocupações do tipo quanto meu filho ou filha podem carregar, levar nas mochilas, tem criado uma confusão bem intencionada. Os especialistas tem oferecido centenas de caminhos e soluções, porém na prática os bons resultados não tem sido tão bons quanto a boa intenção destes.O mais importante é entender a individualidade biológica e do biotipo de cada aluno. As mochilas podem ser acopladas às costas dos alunos sem nunca ultrapassar o seu apoio final na região lombo sacra, o seu peso e dimensões ficam entre 10 a 15% do peso corporal do usuario. Devemos guardar as outras intercorrencias como quando adaptar num aluno com severo excesso de peso ou severo estado de magreza ou debilidade. Assim seria mais adequado aos alunos usarem “stroller” , a mesma que é aceita como bagagem de mão que pode ser levada dentro do avião.
Prof nivaldo baldo, fisioterapeuta conhecido internacionalmente por seu trabalho em reabilitação e fisioterapia esportiva, Nivaldo Baldo é Diretor da Physiosport Rehabilitation Center em Campinas (SP).
Foi o primeiro profissional brasileiro a levantar a discussão sobre exercícios provocativos em lesões musculares e articulares